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Amurc debate situação financeira dos municípios

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A situação  financeira dos municípios da  Amurc é estável. Não há razão para  alarme.  No entanto,  diante da contração econômica vivida no Brasil,  a  Amurc  recomendou aos  municípios, medidas  preventivas de  contenção  financeira, cautela  e controle  redobrado  na  gestão  financeira  e acuidade  no encerramento das  contas  anuais. A Amurc conclama: para assegurar a  pujança da  região  é  preciso gerenciar  com determinação  e  garantir  o  ânimo. É na crise  que  mais se  exige  criatividade  e confiança.

 

A última Assembleia  de Prefeitos  da Amurc tratou   da  situação  financeira enfrentada  pelos  municípios  e  criou  uma  equipe de  trabalho constituído  por técnicos  dos municípios  com a  finalidade  de acompanhar a  dinâmica  financeira dos próximos  meses. O grupo já  elencou medidas preventivas  de controle financeiro e orçamentário  que devem  ser analisados  por  cada  administração. O  documento  sugere  a  revisão de  despesas  rotineiras, corte  de  horas  extras, cancelamento de   despesas com  diárias,  redução de jornada de  trabalho,  análise  de procedimentos  de gestão orçamentária e  máxima  cautela  na  realização de  novas  obrigações. A tendência é de queda de  receitas, razão pela qual, o ajuste de  despesas  e  a  contenção de  gastos   é inadiável. 

 

“Felizmente,  os  municípios  da  Amurc encontram-se  em  situação estável, o que  reflete  a  resistência  da  economia   regional.  No entanto,  é preciso  agir  preventivamente, em razão   dos últimos  sinais  da  economia”, destaca  o Secretário Executivo da  Amurc,  Rui Braun.

 

No mês  de  setembro,   o  Fundo de Participação dos  Municípios (FPM) indica  uma queda  de  quase   30%  na receita. Levantamentos   demonstram que   durante  o  ano de 2015, Estados  e Municípios  já perderam cerca de  11,8 bilhões  em receitas. Esta quebra  da  arrecadação  atinge  violentamente  os  municípios,  reduz  ainda  mais  a  capacidade  de  investimento e  prejudica  os  serviços  essenciais  em saúde, educação e  demais  obrigações  municipais.

 

Os  representantes  da  Amurc  destacam que  em todos  os  municípios  filiados   já acontecem  medidas   de  adaptação  da  capacidade  orçamentária. “Há municípios  que  já tomaram medidas  no primeiro semestre. Outros  estão promovendo cortes  preventivos  neste  momento. Mas é importante  destacar que os  serviços  essenciais,  os  salários  e  as  atividades indispensáveis  da administração  pública  estão assegurados  em todos os  associados  da  Amurc.

 

“É preciso ter  confiança. Não podemos  nos render  a  crise. É preciso administrar  com responsabilidade,  ser zeloso e  prudente. Mas  acima  de  tudo, é preciso evitar  negativismos  e falta  de  confiança.  A retração  econômica  existe  e  exige  sabedoria, criatividade  e  eficiência  na  manutenção das  atividades econômicas, destacou Rui Braun.     

 

(Informações:  Secretaria  Executiva da Amurc)

 

ALGUMAS  DAS  RAZÕES PELAS  QUAIS  A  GOVERNANÇA DOS MUNICÍPIOS CHEGOU AO FUNDO DO POÇO

 

1. Os municípios brasileiros  são os que têm a menor fatia na divisão do bolo tributário.  60% dos  recursos  fica  com a União.  25% da  receita  vai para os  Estados  e  apenas 15 % cobre  todos   as  demandas  dos Municípios,  onde  efetivamente  acontece  a  realização dos serviços  essenciais  prestados à população.

 

2.Os municípios investem mais do que a lei determina com obrigações de outros entes. Na área  da saúde, é obrigação dos  entes municipais  investir até 15%  da  receita disponível. Na Região da Amurc  a média  de  investimento  é de  25%  e há municípios  que  gastam  até  35% do orçamento  com saúde,  inviabilizando qualquer  equilíbrio financeiro e  orçamentário.

 

3.Nos últimos  anos,  o  Congresso Nacional aprovou  pisos  nacionais  para  diversas categorias. Estes  pisos elevam e valorizam  a  remuneração de  categorias  de  servidores. No  caso dos  professores, em  2009, o piso salarial era  de  R$ 950,00. Já em 2015, o piso  é de  R$ 1.917,78. O impacto financeiro  alcança  diretamente  o  orçamento dos  municípios que pagam a  conta  sem nenhuma  compensação  financeira  para esta  obrigação.  A União cria  a  obrigação e quem paga  é o município, sem nenhuma   compensação.

 

4. O salário  mínimo  nacional teve  seu poder  de  compra reestabelecido.  Em 2003, o salário mínimo nacional  era  de  R$ 240,00. Em  2015 elevou seu valor  R$ 788,00, o que representa  um crescimento de  226%. A receita financeira  (arrecadação) dos municípios  não acompanhou esta  justa  valorização  dos  salários.

 

5. Para  manter  as  despesas  com  merenda  escolar, os  programas  de repassem  enviam  aos  municípios o valor  de  R$ 0,30 aluno/dia (via  PNAE). É límpido que  os municípios não  conseguem oferecer o serviço de merenda  escolar   com o valor  repassado, assumindo boa parte  do  seu custeio.

 

6. Os municípios  são imputados  com  inúmeras obrigações. Convênios   que cuidam da  segurança  público. Apoio a entidades.  Assimilação de  novas  obrigações.  Despesas  com tratamento médico   fora  de  domicílio. Perda  de  receita  em face  de  desonerações  e  programas  de  incentivo fiscal praticados pela União e  Estados. O município,  onde tudo acontece é o que menos  recursos  recebe e onde  na prática mais se  faz,  cumprindo  a  função do  Estado Brasileiro.

 

(Dados  CNM).