Curitibanos terá, desta segunda-feira (15) até sábado (20), extensa programação para as comemorações da Semana Farroupilha. Palestras, cavalgada, tertúlias, mateada e visitas ao Museu Histórico Antônio Granemann de Souza vão relembrar fatos que marcaram a região, que foi palco de um dos confrontos mais sangrentos do país, a Revolução Farroupilha.
Em Curitibanos, remonta parte da história da Revolução Farroupilha, o Capão da Mortandade, na Fazenda da Forquilha, onde uma batalha sangrenta entre revolucionários e tropas imperiais foi travada por volta de 1840. No local, está uma cruz de madeira que lembra os cerca de 500 homens, entre revolucionários, os conhecidos farrapos, e guardas da tropa imperial mortos no confronto. A crus original, no entanto, está preservada no Museu Histórico Antônio Granemann de Souza, como uma das únicas relíquias do confronto na região.
De acordo com o coordenador do acervo histórico do Museu Luiz Carlos Fontana e o professor Luiz Antônio Cidral da Costa, alguns relatos da época, que atravessaram gerações, ainda são contados em Curitibanos. Um deles diz que, na batalha da Fazenda da Forquilha, Anita Garibaldi, esposa do guerrilheiro italiano Giuseppe Garibaldi e considerada, até hoje, heroína, conseguiu escapar da emboscada.
A figura histórica de Anita Garibaldi será um dos temas da Semana Farroupilha deste ano. Cidral explicou que, entre tantos personagens da Revolução, a catarinense é a que desperta maior curiosidade, pois passou pela região e deixou histórias. “Muitos relatos contam que Anita era uma mulher sedutora e acabou escapando da prisão com ajuda de um sargento que era apaixonado por ela. Esses relatos também afirmam que, possivelmente, estivesse grávida do primeiro filho, o único brasileiro, quando passou por Curitibanos”, relatou Cidral. O professor explicou que, em cartas encontradas na Itália, o revolucionário Giuseppe pergunta a Anita se a cicatriz que o filho tem no rosto não é de uma queda que sofreu em batalha, em Curitibanos.
O QUE FOI A REVOLUÇÃO?
Guerra dos Farrapos ou Revolução Farroupilha é como ficou conhecida a revolução ou guerra regional, de caráter republicano, contra o governo imperial do Brasil, na então província de São Pedro do Rio Grande do Sul, que resultou na declaração de independência da província como estado republicano, dando origem à República Rio-Grandense. A Guerra, que durou uma década, ocorreu de 20 de setembro de 1835 a 1 de março de 1845.
Os farrapos, como eram chamados pelas guardas, eram rebeldes de opinião contrária aos ideais imperiais. Cidral comentou que muitos estudiosos dizem que o nome farrapos surgiu em função das vestes dos rebeldes, mas também pode ser considerado um apelido pejorativo por parte da monarquia. “Em um momento em que o país vivia uma monarquia, essa foi uma das primeiras manifestações em favor de república no Brasil, fato que marcou a trajetória nacional”, destacou Cidral.
CURITIBANOS NO MAPA
Segundo o professor, este ano, o Capão da Mortandade recebeu uma visita de análise e registros de um visitante do Rio Grande do Sul que está mapeando as regiões onde ocorreu a Revolução Farroupilha. A iniciativa visa a confecção de um livro recontando o fato. “Foram feitos registros fotográficos e históricos para a publicação e Curitibanos será incluída como parte do relato”, finalizou Cidral.
PROGRAMAÇÃO
Segunda-feira (15) – Em frente à Prefeitura, abertura da Semana Farroupilha, com acendimento da chama crioula e apresentações culturais com os alunos da rede municipal de ensino, às 9 horas.
De segunda (15) a quinta-feira (18) – Palestras sobre Revolução Farroupilha – Figura Histórica (Anita Garibaldi), nas escolas do ensino médio. Mateada (CTGs e Piquetes de Laçadores de Curitibanos), às 19 horas, no Parque Pouso do Tropeiro.
De segunda (15) a sexta-feira (19) – Visitação e palestras sobre a Semana Farroupilha, no Museu Antônio Granemann de Souza, de manhã e à tarde.
Sexta-feira (19) – Tertúlia, no Parque Pouso do Tropeiro, com o Grupo de Dança Alma Pampeana, Piquete Figueira Velha e demais participantes, às 19 horas.
Sábado (20) – No Parque Pouso do Tropeiro, às 7 horas, café da manhã de boas-vindas aos participantes da Cavalgada; 8h30’, saída dos cavaleiros; 12 horas, homenagem aos heróis sepultados, com ato cívico religioso, no Capão da Mortandade; 12h30’, almoço para os participantes da cavalgada, na Fazenda da Forquilha.
Inscrições para a Cavalgada
Interessados em participar da Cavalgada têm até este sábado (13) para inscrever-se gratuitamente. Não haverá inscrições no local. Os inscritos receberão vale-almoço.
As inscrições devem ser feitas na Secretaria de Educação e Cultura, das 8h30’ às 11 horas e das 13h30’ às 17 horas (telefone 3241-2616, com Rafaeli ou Suzanete); Museu Antônio Granemann de Souza, das 8h30’ às 11 horas e das 13h30’ às 17 horas (telefone 3241-2393 com Luis Carlos Fontana); eou Casa da Segurança, em horário comercial (telefone 3245-1658 com Ivens Leite).