Em meio a uma crise de abastecimento no maior Município do País, São Paulo, a Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou, nesta terça-feira, 20 de janeiro, o tema deste ano para o Dia Mundial da Água. Duas palavras pautarão os debates de 2015 em torno dos recursos hídricos: ‘Água e Desenvolvimento Sustentável’.
A data reservada para lembrar mundialmente o bem mais precioso para a vida na Terra é 22 de março. Até lá, o Brasil e o resto do mundo buscam soluções para manter o acesso à água. Há alguns anos, o Nordeste brasileiro sofria com falhas no abastecimento. Recentemente, este problema afeta também a região mais rica e desenvolvida do país, o Sudeste. A escassez hídrica deixou de ser um problema apenas do sertão.
Os desafios da água e do desenvolvimento sustentável no Brasil são grandes. Na avaliação da Confederação Nacional de Municípios (CNM), é preciso melhorar a gestão dos mananciais e reflorestar as margens para possibilitar que a água infiltre o solo e mantenha o ciclo normal. Além disto, as áreas urbanas precisam dedicar maior investimento em Saneamento Básico, principalmente com relação ao tratamento de esgoto e redução de perdas de água.
Alertas contra o desperdício
Quando há escassez de água, o que menos podemos permitir é o desperdício dela.
Em todo o Brasil, 37% da água tratada para consumo é perdida antes de chegar às torneiras da população. Os dados, de dezembro de 2013, são do próprio governo federal e foram incluídos no Sistema Nacional de Informações de Saneamento Básico do Ministério das Cidades. As causas são as falhas das tubulações, fraudes e ligações clandestinas no caminho.
Desperdício de recursos
As perdas não se restringem apenas à água. De acordo com o Instituto Trata Brasil, uma redução de apenas 10% nas perdas no país agregaria R$ 1,3 bilhão à receita operacional com a água. Esse valor é equivalente a 42% do investimento aplicado em abastecimento para todo o Brasil no ano de 2010. A redução de perdas significativas ajudaria mais as empresas a terem recursos para a expansão do atendimento em água potável e ampliação das redes de esgoto e tratamento.
Tratamento da água
Ainda com base no estudo da Trata Brasil, outra preocupação. O volume de esgotos não tratados nos 100 maiores Municípios brasileiros foi de 2.959 piscinas olímpicas. Este é o montante despejado no meio ambiente. A falta de saneamento, além de um problema de Saúde Pública, continua a prejudicar a quantidade e qualidade dos recursos hídricos brasileiros, principalmente no meio urbano.
Para sanar esse problema, o Plano Nacional de Saneamento Básico prevê a necessidade de investimento de R$ 500 bilhões a fim de universalizar o acesso à água potável, entre outros serviços no setor. Dessa forma, a CNM destaca: fica claro que sem apoio dos governos estaduais e federal para melhorar os índices de saneamento básico nos Municípios, o desenvolvimento sustentável do país continuará a ser algo distante da realidade.
Fonte: Agência CNM